O atendimento inclusivo às pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) exige mais do que preparo técnico: requer sensibilidade, empatia e disposição para enxergar o ser humano além do diagnóstico. Veja abaixo algumas dicas de como promover um atendimento inclusivo:
Compreenda o TEA
O transtorno do espectro autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e atividades. Essas são algumas características da pessoa austista, porém, é de suma importância entender que cada indivíduo é único, e as manifestações do transtorno podem variar significativamente de pessoa para pessoa.
Comunicação Inclusiva
Diante disso, é necessário que o profissional entenda a necessidade de cada pessoa com TEA, e crie formas de comunicação inclusivas e únicas, que tenham como objetivo incluir e acolher para que o atendimento seja o mais confortável possível e atinja os objetivos construídos pelo profissional de forma respeitosa e holística.
A comunicação deve ser clara, simples e objetiva, (devem ser evitadas frases grandes, complexas e sem sentido que dê muitas voltas) sem duplo sentido e ironias (frases com duplo sentido e irônicas podem causar desconforto e confusão). É indispensável que o profissional saiba escutar de forma ativa permitindo que o raciocínio seja concluído sem intromissões.
Comunicação Alternativa e Aumentativa (CAA):
A CAA engloba diversas ferramentas e estratégias para auxiliar pessoas com dificuldades na comunicação verbal (dificuldades de falar, ou compreender a linguagem verbal). Isso pode incluir o uso de dispositivos eletrônicos, aplicativos e sistemas de símbolos visuais.
- Símbolos visuais: como imagens, fotos e desenhos.
- Dispositivos de alta tecnologia: como pranchas de comunicação com saída de voz.
- Sinais manuais e linguagem corporal: para complementar ou substituir a fala.
- Outros métodos: como escrita, mensagens de texto e qualquer outra forma de comunicação que não seja a fala.
Atenção humanizada
Estar atento aos gatilhos de estresse e reconhecer as preferências do paciente. Utilizar os hiper focos do paciente a favor de um atendimento mais humano. O cuidado deve ser personalizado, holístico e atento ao tempo de cada indivíduo, reconhecendo que empatia, paciência e previsibilidade são ingredientes-chave para construir um ambiente seguro.
A equipe de saúde deve se aproximar da pessoa com TEA com calma e presença, oferecendo escolhas, respeitando seus limites sensoriais e emocionais, e evitando condutas invasivas. Demonstrar de forma clara os procedimentos e equipamentos podem reduzir a ansiedade e facilitar o cuidado.
O vínculo de confiança nasce da combinação entre competência técnica e um olhar humano.
Capacitação da Equipe
A busca constante por conhecimento é uma das principais qualidades de um bom profissional. Vivemos em um mundo em constante transformação, e, nesse cenário, manter-se atualizado sobre o Espectro Autista e as práticas inclusivas é fundamental. Investir em capacitação garante não apenas um atendimento mais eficiente, mas também um profissional humano e respeitoso.
Garanta a presença de acompanhantes durante todo o processo. Ter uma figura conhecida ao lado durante o atendimento proporciona conforto, acolhimento e segurança. Essa presença contribui para que o atendimento ocorra de forma mais tranquila e humanizada, ajudando a reduzir o estresse e a ansiedade da pessoa atendida.