A inclusão de pessoas autistas no mercado de trabalho ainda enfrenta desafios significativos, mas há avanços importantes sendo discutidos. No Brasil, não sabemos quantos profissionais autistas estão fora do mercado de trabalho, mas a percepção de especialistas é de que possamos ter um grande número. Isso se deve, em parte, à falta de adaptação dos ambientes corporativos e ao desconhecimento sobre as necessidades específicas desses trabalhadores.
Recentemente, o Senado aprovou um projeto de lei que busca facilitar a inserção de pessoas com TEA no mercado de trabalho, promovendo acessibilidade e integração de dados de emprego. Além disso, especialistas destacam que a inclusão não é apenas um direito, mas também uma oportunidade para as empresas, já que profissionais autistas podem trazer habilidades como foco, criatividade e atenção aos detalhes.
Algumas adaptações podem fazer grande diferença na inclusão de pessoas autistas na equipe, como:
- Trazer mais informações sobre neurodivergências e autismo para a equipe
O processo de inclusão da pessoa autista não depende apenas de adaptações individuais, mas também da compreensão e respeito de colegas e gestores. Trazer treinamentos voltados para a compreensão do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e de outras neurodiversidades, contribui para a construção de um ambiente mais empático, onde é possível diminuir estigmas e capacitismo.
- Comunicação objetiva
Adaptar a forma como a informação é transmitida no ambiente de trabalho pode fazer uma grande diferença. Usar uma comunicação direta, sem ambiguidades, auxilia na compreensão das orientações diárias. Em alguns casos, alternativas como instruções por escrito ou reuniões estruturadas podem ser mais eficazes do que interações exclusivamente verbais. Essa abordagem não só esclarece expectativas, mas também cria um ambiente onde o trabalhador se sente apoiado e integrado à equipe.
- Rotinas Claras e Previsíveis
A previsibilidade no dia a dia é um aspecto central para muitas pessoas no espectro autista. Estabelecer rotinas bem definidas, com cronogramas visuais e instruções detalhadas sobre as tarefas, pode reduzir a insegurança e a ansiedade causadas por mudanças inesperadas. Ter um canal de comunicação claro, onde as instruções são explícitas e registradas (por exemplo, por meio de comunicados escritos), ajuda a prevenir mal-entendidos e a garantir que as demandas sejam compreendidas de forma objetiva.
Referências:
- JORNAL DA USP. Como integrar pessoas com transtorno do espectro autista no mercado de trabalho. Disponível em: Como integrar pessoas com transtorno do espectro autista no mercado de trabalho – Jornal da USP Acesso em 24 de Abril de 2024.